terça-feira, 24 de abril de 2012

Quero ter um filho


Certa vez Luis se depara com seu pai lhe dizendo que dentre os dele ele era o único que faltava a lhe dar um neto.

A primeira reação a isso foi uma risada discreta, dai percebera a face séria. Começou então a refletir no assunto e se depareou com outras questões mais complexas que simplesmente "quero ter um filho?".

Luis pensava que como não teve um bom exemplo de pai não poderia ser um bom pai também, pois acabaria mimando demais a criança dando-lhe tudo que seu pai não o deu. Acabou deixando isso de lado quando se lembrou de alguns bons exemplos, descartando assim essa desculpa.
"- Pra que deveria deixar no mundo uma sequência genética? O mundo está estranho demais para um filho meu! Tantas guerras, ódio, preconceito, indiferença, hipocrisia... etc... etc..."
Para Luis o mundo ainda haverá de ser um bom lugar, mas até lá pra que arriscar o que lhe seria (um dia) de mais precioso? Preferia não dar brecha ao destino, afinal, se pode evitar...
- Mas espera um pouco...

- Como diabos seria um filho meu? Cheio de ideias erradas que sou ele acabaria não pedindo benção aos tios e avós, acabaria mostrando o dedo e dizendo que sabia que era tudo jogo de interesse.

E não é que esse negócio de filho pode acabar sendo interessante?

Luis era realmente viajado. Era muita bobeira pra uma cabeça só. Foi divertido ficar ali imaginando cenas de um "mini clone" ai então volta à razão.

Luis prefere seguir seu pensamento de que o mundo já tem crianças demais sofrendo por ai, não seria justo ignorá-las por mero egoísmo genético.
- Jamais farei um filho meu velho, jamais! Aproveite teu mais novo, com sorte ele continua a ninhada.
Luis pensou rápido para uma reação negativa do pai e quase se entrega, mas tudo que obteve foi silêncio... naquela altura seu pai já devia saber.

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