domingo, 27 de março de 2011

Disco arranhado

Ela deixou de sonhar jojocano triste.
Veio dizer que tinha desistido, mas ela queria, podia e tentava...
Deixou de voar jojocando triste, alegre sei lá...
Agora inventou de deixar tudo pra la, mas ela queria, podia e fazia tudo a ca.
Falei, repeti, refiz passos pra lá. Refiz, falei, repeti os sonhos dela, pois ela queria, podia, e tentava a ca.
Ela seguiu os seus sonhos e foi até lá, Para voltar e mostrar seus pais de ca.
Pois ela queria, podia e foi ate lá.
Ela queria, pudia e foi ate lá, jojocando de tanto chorar...
Ela queria, pudia e foi ate lá chorando de tanto jojocar...

segunda-feira, 7 de março de 2011

Dream on (persista)


Luiz nunca deixou de acreditar que um dia o encontraria. Passou anos de sua vida correndo atrás do que pensava ser o melhor para si. E fui em uma dessas jornadas que viu-se encurralado em um jogo de intrigas, indecisões e novas esperiências. Ir ou não para Belo Horizonte? Meus amigos que ficam entederão? Luiz pensou que já havia se perdido tanto que uma viagem a mais não faria mal. O problema era que todas as viagens criavam novos problemas para acobertar os anteriores.

Dois, três anos se passam, e ele ainda vaga pelas penumbras de cidades bonitas, sempre se escondendo de seu maior medo/problema, ele mesmo.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Do it cause you wanted...


As vezes Lucas não percebia o quão ridículo chegava a ser por não ter nenhuma atitude não influenciada. Seu irmão Marcus sempre o indicava o caminho a percorrer. Quando foi ficando mais velho na hora de tomar decisões reais para sua vida, o que queria ser profissionalmente, o que estudar, que garota não namorar, não conseguia mais decifrar seus pensamentos. Cansado da imaturidade de Lucas, Marcus - o criador - o convence a se afastar de tudo e de todos e traça mais uma meta para o irmão.
 
Tão rápido quanto a idéia começou, lá estava Lucas, perdido na Austrália sem saber o que buscava lá. Quando reencontrou velhos amigos - Luacas havia morado ali quando jovem por alguns anos - eles vinham lhe perguntar o que o levara até aquela cidade pequena em uma ilha grande? Lucas sempre sorridente - sem saber se o sorriso representava felicidade ou desespero - sempre respondia o mesmo "Se você fosse a São Paulo eu ia perguntar o que você faz em uma selva de pedras".
Lucas chegou a estudar por lá, mas foi ai que seu conciente acordou. Começou a ficar confuso do porque precisara ir tão longe para se encontrar? Logo percebeu que o que seu irmão queria era somente paz. Marcus estava cansado de tomar conta de duas vidas, mesmo que cuidasse da de Lucas somente para irritar seus pais. Lucas decidiu voltar ao Brasil em um ato desesperado de tentar achar o que o tirara de lá.
 
Quando chegou já era tarde. Lucas havia perdido seu irmão... seu guia... o chão que pisara um dia agora a outro pertence. No final tudo fica claro: "Ele queria 'outro' espaço".

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

De(este) outro mundo

Quando Pedro chegou à capital achou que tudo seria “normal” como em sua cidade pequena, mas logo ao pisar nela percebeu tudo muito estranho.
Logo que desembarcou da rodoviária viu algo que o chocou pro resto de sua vida. As pessoas tinham cada um dois braços e duas pernas! –Como é possível? Pedro estava indignado. Não havia rampas, assentos reservados, as multidões se abriam como o Mar Negro diante de Moisés, totalmente confuso e desnorteado tentava andar sem se sentir constrangido até chegar ao taxi, mas mal conseguia dar um passo sem alguém oferecer para carregar sua bagagem. Era tudo muito estranho, ninguém usava muletas, nem cadeiras, todos enxergavam muito bem. –Deus! Aonde vim parar? Essas pessoas são muito estranhas. Como será que consegue andar assim, sem uma muleta? Como é que conseguem manipular bem os dois braços sem se enrolarem? Será que conseguem dirigir um carro com segurança? Como será que tomam banho sem escorregar? Como se reproduzem? Será que se reproduzem sem ciência? Estou começando a ficar enojado. De repente se depara com uma “dessas” pessoas, e tinha tanto medo de machucá-la que abriu espaço para que ela pudesse passar. Quando deu por si, já estava em casa. Sozinho e mais confuso que nunca, resolveu deitar-se.
No dia seguinte acordou como de um longo sono. – Nossa! Que coisa estranha! Ao sair na rua viu o rapaz sem perna que via todos os dias, e pela primeira vez o viu como mais um na multidão, aquela que se abria a sua frente.